quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Após chamar rezadores, indígenas comemoram suspensão de liminar

Após rezas e muita apreensão os quase 100 indígenas que estão no acampamento guarani-caiuá de Y´poi, na Fazenda São Luiz, em Paranhos agora comemoram. Há pouco a reportagem foi informada de que foi suspensa a liminar que dava reintegração de posse para os proprietários.
A liminar tinha sido expedida pela Justiça Federal de Ponta Porã e dava prazo de 10 dias para que os indígenas acampados saíssem do local. O prazo que terminou na semana passada, deixou os indígenas apreensivos diante da possibilidade de um novo confronto.
Eles aguardavam até mesmo a chegada de policiais do Cigcoe (Companhia Independente de gerenciamento de crises e operações especiais. “Agora podemos respirar aliviados, ter mais um tempo”, contou uma das lideranças.
Para os índios, a nova decisão é motivo de comemoração. “A justiça está sendo feita, não queremos guerra, só paz e nossa terra”, explica o indígena. Segundo ele, os guarani ainda choram a tragédia ocorrida há um ano atrás, quando dois professores foram assassinados na região.
“Sempre relembramos esse caso, pois mataram violentamente dois professores. Um foi torturado e o corpo encontrado no rio e outro, até hoje não foi encontrado, não podemos nem prestar as últimas homenagens, mas não desistimos, procuramos até hoje”, desabafa o indígena relembrando o caso.
Para os índios, a comemoração é para mostrar que eles não desistiram de lutar. “Fomos violados, nossa etnia violentada, mas não podemos desistir de lutar e a suspensão dessa liminar mostra isso”, disse ele garantindo que pelo menos até a próxima decisão da justiça, eles conseguirão ficar mais tranqüilos.


16 de novembro de 2010, às 20h27

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