segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Informação Adicional

O estado de Mato Grosso do Sul abriga algumas das menores, mais pobres e mais densas áreas de população indígena do Brasil: bolsões de pobreza cercados por grandes plantações de soja e cana-de-açúcar e fazendas de criação de animais, onde a vida é extremamente difícil devido às péssimas condições de saúde e às pobres condições de vida.
Em novembro de 2007, o Ministério Público Federal em Mato Grosso do Sul assinou um acordo (Termo de Ajustamento de Conduta, TAC), com a FUNAI, no qual este órgão se comprometia a identificar e delimitar até abril de 2010, 36 áreas diferentes de terras ancestrais dos índios Guarani Kaiowá para futura demarcação. Em 29 de julho, o Ministério Público Federal submeteu uma petição ao Tribunal de Recursos Federais solicitando a execução judicial do TAC. O Ministério Público solicitou que a FUNAI cumprisse os temos do acordo no prazo de 60 dias e, caso isso não fosse feito, que a demarcação fosse feita por uma terceira parte paga pela FUNAI. Eles também pediram que a FUNAI pagasse a multa estipulada no acordo pelo atraso na finalização da identificação das terras ancestrais dos índios.
As terras ancestrais que os Guarani Kaiowá começaram a reocupar já deveriam ter sido vistoriadas por antropólogos a serviço do governo com o objetivo de identificar as terras a serem devolvidas à comunidade, conforme estabelecido no acordo assinado em 2007. Contudo, os fazendeiros da área têm constantemente bloqueado as tentativas de levar adiante os levantamentos necessários para identificar as terras a serem devolvidas.
Por conta do fracasso para dar uma solução às reivindicações de terra, muitas comunidades de Guarani Kaiowá iniciaram a reocupação de suas terras ancestrais. Com isso, tem ocorrido uma série de expulsões violentas frequentemente envolvendo grupos armados. Empresas de segurança irregulares, muitas das quais agindo efetivamente como milícias ilegais a serviço dos proprietários de terra ou da agroindústria, têm se envolvido em diversos abusos de direitos humanos nas áreas rurais do Brasil e permanecem como uma séria ameaça não só aos povos indígenas, mas também aos trabalhadores rurais que lutam pelo direito à terra.
Tanto a Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas, endossada pelo Brasil em 2007, quanto a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho, da qual o Brasil é Estado parte, garante aos povos indígenas direitos sobre suas terras ancestrais e exige que os Estados estabeleçam mecanismos para garantir que estes direitos sejam adjudicados e reconhecidos. A Constituição Brasileira também garante aos povos indígenas brasileiros o direito a suas terras e a responsabilidade da União em demarcá-las.

 
 
13/09/2010, 14:35

Comunidade indígena sofre ameaças após morte de líderes

Indígenas da comunidade Kurussu Ambá, de Ponta Porã, denunciaram ao MPF (Ministério Público Federal) que estão sendo ameaçados por “pistoleiros”. Ao todo são 130 indígenas que moram na comunidade, localizada entre os municípios de Amambai e Coronel Sapucaia, fronteira do Brasil com o Paraguai que afirmam ser ameaçados para saírem, nem que seja a força, da área que ocuparam por ser tekoha (terra sagrada), dentro da fazenda Nossa Senhora Auxiliadora.
Os indígenas temem as ameaças pois, até a comunidade acampar definitivamente no local, três líderes indígenas já foram assassinados, em 2006 e 2007, e em todos os casos nenhum dos autores foi preso.
Os índios relatam que no dia 23 de outubro um grupo teria estacionado um veículo na entrada da propriedade e feito ameaças contra a comunidade. As ameaças, segundo os indígenas, aumentaram após o TRF-3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região) ter suspendido a reintegração de posse em favor dos proprietários da fazenda.
Conforme o MPF, as informações foram enviadas à Polícia Federal (PF) de Ponta Porã, solicitando para que a denúncia seja apurada. Assim, o MPF acredita que é possível “facilitar a coleta de dados sobre o caso, além de conter o clima de tensão no local e evitar a ocorrência de outros incidentes”.
O estudo antropológico das terras Kurussu Ambá já está em está em estágio avançado, conforme o MPF, e deve ser finalizado pela Funai (Fundação Nacional do Índio).
Os indígenas da Kurussu Ambá foram expulsos da Aldeia de Taquaperi, no final de 2006, 50 famílias (cerca de 150 indígenas guarani-kaiowá, sendo 70 crianças e 18 bebês), acamparam na entrada da fazenda Madama, segundo eles, antigo tekoha (terra sagrada).
Desde então a comunidade tentou retomar as terras e até acampar em um pequeno pedaço de mata, onde estão até hoje, no centro da fazenda.



Segunda-feira, 29 de Novembro de 2010 11:40

Vice-Procuradora-Geral da República, Déborah Duprat: suspender demarcações não resolve questão indígena


A vice-procuradora-geral Deborah Duprat esteve na Capital para participar do 11º Encontro Nacional da 6ª CCR, que aconteceu pela 1ª vez em Mato Grosso do Sul.
Ela conversou com a reportagem sobre a questão indígena no Estado, que conta a 2ª maior população indígena do país (70 mil pessoas segundo a Funasa), que enfrentam problemas graves como os mais altos índices de suicídios, mortalidade infantil e homicídios do país.
Duprat é coordenadora da 6ª Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal e defende a resolução do conflito de terras indígenas e acredita que suspender a demarcação não resolve o problema.
A vice-procuradora-geral da República também defende escutas em presídios federais por entender que presos de alta periculosidade não podem ter livre comunicação.
“Não se pode ignorar a questão da segurança pública. Agora mesmo, nesses episódios no Rio de Janeiro, há a possibilidade de que parte desses presidiários sejam transferidos para o presídio federal. Já sabendo de antemão o grau de periculosidade deles, permitir que tenham acesso indiscriminado ao mundo exterior, é colocar em risco a segurança da população e isso precisa ser levado em conta por todas as instituições”, acredita a magistrada.


Leia na íntegra a entrevista concedida do Midiamax:

Midiamax: Uma das questões que causa maior impacto na mídia nacional e internacional envolvendo o Estado de Mato Grosso do Sul é a questão indígena e de disputa de terras entre fazendeiros e índios. Recentemente, nos foi entregue um relatório sobre o assunto onde foi possível perceber que a comissão avaliou situações críticas da vida dos indígenas em MS. Qual é o principal cerne da questão?

Deborah Duprat: O cerne da questão certamente é a identificação e demarcação de terras. Como vai se fazer em relação a produtores rurais é uma outra questão. Agora que tem que se enfrentar a questão indígena, não resta dúvida.

Midiamax: Quais seriam as formas de resolver?

DD: Não adianta supor que esse conflito se resolverá deixando a demarcação em suspenso, como está se pretendendo fazer por meio de recurso à Justiça, por meio de inviabilização da atividade da Funai. Ele poderá ficar suspenso, mas não será resolvido.

Midiamax: Essa suspensão traz consequências então?

DD: Sim. Inclusive, a própria questão dos suicídios, que durante algum tempo se supôs que fosse um traço cultural daquele grupo, hoje há fortes indícios de que essa questão está associada à insuficiência de terras. A reserva de Dourados é talvez a maior tragédia conhecida na questão indígena em todo o mundo.
Essa reserva foi estabelecida no início do século passado com o propósito do confinamento mesmo, onde os índios deviam ser confinados até estarem prontos a integrar esta sociedade de grande formato. Esta era a concepção das reservas, não era uma opção de criar um espaço territorial digno. A reserva de Dourados é a coisa mais indigna que existe.

Midiamax: Nosso estado tem um perfil ruralista bastante forte. A Sra. acredita que isso atrapalha as negociações entre o Governo, fazendeiros e indígenas?

DD: Eu acho que há uma incompreensão geral desta questão no Estado. O Judiciário talvez seja o poder mais carente de informações. Não digo o Judiciário local, mas o Tribunal Regional Federal, o Superior Tribunal de Justiça e o Supremo Tribunal Federal estão muito distantes.
Talvez se tivessem uma compreensão maior do que é o drama das populações indígenas aqui, não teriam essa resistência. Esse distanciamento, a pouca informação e a inexperiência na questão indígena formam um consórcio contrário à solução dessa questão no estado. É preciso um trabalho de esclarecimento junto a essas instâncias.
Acho que o Poder Executivo Federal, no longo tempo em que pude acompanhar a questão no Ministério da Justiça, tinha esse empenho de que os grupos de trabalho concluíssem a sua missão, até para se saber exatamente o tamanho do problema. Na verdade ainda não se sabe qual o tamanho do território que cabe aos índios, quais são os proprietários atingidos, se são grandes ou pequenos, o quanto isso compromete a questão territorial de Mato Grosso do Sul. Nós não temos nem esse diagnóstico, porque os trabalhos (de identificação de terras indígenas) estavam inviabilizados.

Midiamax: No relatório, o presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual Jerson Domingos sugeriu a criação de um fundo administrado pelo governo estadual mas financiado pelo governo Federal ou troca de terras apreendidas numa espécie de permuta. Qual a sua visão sobre essa ideia?

DD: Eu não tenho nenhum problema com uma solução que resolva a questão indígena. Eu acho que nós temos um problema jurídico que precisa ser analisado. Se ele vai ser resolvido por uma emenda constitucional, por um entendimento jurídico diferenciado, isso é outro lado. Eu acho que é preciso resolver a questão indígena. Esse é um compromisso que vem da Constituição Federal e de tratados internacionais dos quais o Brasil é signatário.

Midiamax: A disputa de terras em MS já teve contornos trágicos. Em Paranhos, há um ano dois professores foram mortos em Paranhos (MS) sendo que o corpo de um deles ainda não foi encontrado. Segundo os índios, a morte foi de autoria de seguranças da fazenda e o caso ainda não foi resolvido. Qual o posicionamento do MPF diante desses fatos?

DD: Isso é de extrema gravidade. Primeiro que não temos um diagnóstico da violência contra os índios: quantos índios estão presos, onde eles estão. Eu li em uma publicação que, só em Amambai, a população carcerária indígena chega a quase 40%, sendo que os índios representam menos de 1% daquela sociedade. Esse é um lado. O outro é a impunidade dos agressores. Esse é um quadro que diz muito a respeito do Judiciário local, tanto federal quanto estadual. Então, há um concurso de fatores, sendo que o principal deles é esta visão de que quem age contra indígenas não deva ser punido.

Midiamax: Como evitar que esses conflitos aconteçam?

DD: Pela demarcação de terra.

Midiamax: Sobre os presídios federai, recentemente houve acusação por parte da OAB/MS por escutas ilegais no presídio federal. Na ocasião, o procurador-chefe do Ministério Público Federal, Dr. Blal Dallou rebateu as acusações e considerou o sistema prisional como hipócrita.

DD: A posição do MPF é que as providências que foram adotadas pelos colegas de Mato Grosso do Sul são as mais pertinentes. O presídio federal já é um retrato da periculosidade do réu, que não pode ser desprezada. Eu sou uma militante dos Direitos Humanos, acredito nos Direitos Humanos dos presos, acho que não se pode perder esta perspectiva. Mas em relação ao presídio federal não se pode ignorar a questão da segurança pública. É preciso ponderar este dois valores.

Midiamax: A Sra. também defende esse tipo de escutas? Em que sentido as escutas podem ser legalizadas?

DD: Eu acho que a escuta, neste caso em que está evidente a possibilidade de grave risco para a população, ela precisa ser tida como uma providência absolutamente legítima. Agora mesmo, nesses episódios no Rio de Janeiro, há a possibilidade de que parte desses presidiários sejam transferidos para o presídio federal. Já sabendo de antemão o grau de periculosidade deles, permitir que tenham acesso indiscriminado ao mundo exterior é colocar em risco a segurança da população e isso precisa ser levado em conta por todas as instituições.

Midiamax: A oposição às escutas usa o argumento de que a prerrogativa dos advogados estaria sendo ferida?

DD: É preciso separar. Uma coisa é uma conversa legítima entre advogado e preso. É uma garantia fundamental que não pode ser violada. É diferente quando há indícios de que o advogado é ao mesmo tempo um interlocutor da atividade criminosa. Neste caso, estamos falando de crime e não de prerrogativa institucional.



28/11/2010 18:00

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Encontro do MPF discute demarcação de terras - Clique no link abaixo e assista a entrevista com a Procuradora-Geral da República, Drª Déborah Duprat

Um encontro, em Campo Grande, está debatendo a demarcação de terras indígenas no Estado. Os debates têm a presença de procuradores, juízes federais, historiadores e representantes da Funai. Em pauta, o impasse que vive o produtor rural e índios no município de Paranhos, onde a disputa de terra já dura meses.


Fonte: TV Morena



Clique no link abaixo e assista a entrevista da Vice-Procuradora-Geral da República, Drª Déborah Drupat, no Jornal Bom Dia MS


MPF pede novamente acesso a índios isolados em fazenda há três meses

O Ministério Público Federal em Mato Grosso do Sul (MPF/MS) quer que a Justiça aprecie o pedido de liminar em ação civil pública, ajuizada em 31 de agosto, para que os proprietários da Fazenda São Luiz, em Paranhos, sul do estado, sejam obrigados a aceitar o ingresso de órgãos estatais de assistência aos indígenas que estão acampados em uma pequena área da fazenda desde 19 de agosto. O MPF pede ainda a estipulação de multa de cem mil reais, configuração do crime de desobediência e entrada forçada na fazenda com auxílio da Polícia Federal, caso haja eventual descumprimento de ordem judicial.
Segundo o procurador da República que formulou o pedido de reconsideração, Luís Cláudio Senna Consentino, o objetivo é garantir que o grupo indígena receba amparo e assistência dos órgãos públicos responsáveis, como Fundação Nacional do Índio (Funai) e Fundação Nacional de Saúde (Funasa).
No início de novembro, a Justiça Federal em Ponta Porã considerou prejudicada a análise da liminar de acesso ao local pleiteada pelo MPF, uma vez que deferiu a reintegração de posse em favor dos proprietários, determinando a desocupação da área em 10 dias. Após interposição de recurso, o Tribunal Regional Federal da 3ª Região, em 16 de novembro, na véspera da desocupação da área, cassou a reintegração e decidiu pela manutenção dos índios na região até a produção de prova pericial antropológica.
Segundo a decisão do TRF da 3ª Região "existem provas de que a Fazenda São Luiz pode vir a ser demarcada como área tradicionalmente ocupada pelos índios". Análise dos registros cartoriais da fazenda, realizada por engenheiro da Funai, afirmam que as terras estão no Tekohá (terra sagrada) Ypo'i e Triunfo, da qual os índios foram expulsos após o início do processo de formação das fazendas da região.


Ocupação

Desde 19 de agosto de 2010, cerca de cinquenta índios guarani-kaiowá ocupam a área de reserva legal da fazenda São Luiz. Eles estão isolados e sem acesso a alimentos e assistência à saúde. O Ministério Público Federal em Mato Grosso do Sul e a Funai ingressaram com ação na Justiça para que os proprietários da terra fossem obrigados a aceitar o ingresso de órgãos estatais de amparo aos indígenas.


Professor desaparecido

A luta dos índios pela terra considerada sagrada tem histórico de violência. Em 28 de outubro de 2009, um grupo de vinte famílias de índios guarani-kaiowá, da aldeia Pirajuí, ocupou a fazenda São Luiz, em Paranhos, para "retomar" seu território de ocupação tradicional Ypo´i.
Os indígenas permaneceram na terra até dois de novembro, quando foram cercados por um grupo de proprietários rurais e pistoleiros armados, que investiu contra os índios. Alguns dias depois, policiais encontraram o corpo do professor indígena Genivaldo Vera em um córrego, nas proximidades da fazenda, com sinais de morte violenta. Outro professor, Rolindo Vera, está desaparecido até hoje.



25/11/2010 19:09

Reunião sobre a Ação Cultural Indígena de dezembro de 2010

Acontece hoje, (24/11/2010), às 16h00, no Salão Pantanal do Tribunal de Justiça, uma reunião para serem traçadas as metas e ser elaborada a programação da próxima atividade relativa à Ação Social Indígena, promovida pelo CNJ e implementada por esta Corregedoria e outras instituições, conforme veiculado na ocosião da ação (dias 23 e 24 de outubro).
A idéia central é entregar aos indígenas que estiveram nos dias da ação para a entrega de documentação específica, mas que por motivos diversos não puderam recebê-la na hora e, portanto, já sairam de lá cientes de que no próximo dia 3 de dezembro a receberiam.
Na ocasião foram entregues para cerca de mil indígenas, diversos tipos de documentos, tais como Carteira de Trabalho, Registro Geral de Identificação, Certidão de Nascimento, Registro Administrativo Indígena e até carteira do SUS.
Para a entrega dessa documentação no próximo dia 3 de dezembro, várias autoridades estaduais, municipais e até mesmo federais estarão presentes, como forma de corroborar o sucesso da atividade.
O evento ocorrerá no Plenário do Tribunal Regional Eleitoral e haverá no dia uma programação cultural, com apresentação artística regional e indígena.


Fonte: Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul
24/11/2010, 15:11


Veja as fotos da reunião:
 











 
 
Estiveram presentes na reunião Drª Neyla Ferreira Mendes, Defensoria Pública, Rosana Bertucci, Corregedoria Geral de Justiça, Elcio da Silva Julio, Presidente da Comissão Municipal Indígena, Lyuzo Takayo, 3º Ofício Registro Civil, Lucimar Trindade da Silva, Diretora da Escola Sulivan Silvestre, Aldeia Urbana Marçal de Souza, Celso José de Souza, Instituto de Identificação/SEJUSP, Dr Ricardo Rao, Funai e membro da CEAI/OAB/MS, Chintya Santos, 2º Ofício de Registro Civil, Inês Leite, Secretaria de Educação, Dr Wilson Capistrano e Drª Arlete Povh, CEAI/OAB/MS, entre outros. Ficou decidido que a Ação Cultural Indígena será realizada na sexta-feira do dia 03 de dezembro de 2010, a partir das 18 horas no auditório do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), Parque dos Poderes, Campo Grande, MS. O evento contará com a presença de diversas autoridades do judiciário como o Conselho Nacional de Justica, e demais instituições. No momento da entrega da documentação os indígenas farão apresentações culturais de dança, canto, reza, entre outras atividades.

Fonte e fotos: CEAI/OAB/MS, by Arlete Povh
25/11/2010, 10:55

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

CEAI/OAB/MS participa do XI Encontro Nacional da 6ª Câmara de Coordenação e Revisão

Dr Antônio Marcos Guerreiro Salmeirão, Procurador Chefe de Brasília, DF, Márcio Meira, Presidente da Funai, Drª Arlete Povh, CEAI/OAB/MS e Dr Paulo Oliveira Pankararu, Ouvidor da Funai em Brasília, DF



A CEAI/OAB/MS participa do XI Encontro da 6ª Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal que se realiza em Campo Grande, MS, no Hotel Jandaia, entre os dias 22 e 26 de novembro de 2010. O Encontro é coordenado pela Vice-Procuradora-Geral da República, Drª Déborah Drupat, que atua integralmente no evento. A solenidade de abertura que ocorreu na noite de segunda-feira, dia 22 de novembro de 2010, contou também com as ilustres presenças do Procurador Geral da República, Dr Roberto Gurgel, do Ministro da Justiça, Dr Luiz Carlos Barreto, do Prefeito de Campo Grande, Nelson Trad Filho, de um representante do Governador de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli, do Chefe de Gabinete, Marcius Correia Lima, do Secretário Geral do Ministério Público Federal, Dr Lauro Cardoso Neto, da Ministra do Desenvolvimento Social e Combate a Fome, Marcia Lopes, do Ministro da Secretaria de Direitos Humanos, Paulo Vanucci, entre outros.
Ontem, dia 23 de novembro, o tema abordado foi sobre os "Impasses no Processo de Demarcação de Áreas Indígenas" e contou com a participação do Presidente da Funai, Marcio Meira, do Historiador, Antônio Brand, do Procurador Regional da República 3ª Região, Dr Paulo Thadeu Gomes da Silva e do Juiz Federal da 1ª Vara de Três Lagoas, MS, Dr Fernão Pompêo de Camargo.


A programação para os próximos dias é a seguinte:


Dia 24 de Novembro de 2010

"Impactos Socioambientais de Grande Empreendimentos nas Populações Tradicionais"
João Akira Omoto - Procurador da República
Henri Acserald - Economista e Professor do IPPUR/UFRJ
Consuelo Yatsuda M. Yoshida - Desembargadora Federal/TRF 3ª Região
Aurélio Virgilio Veiga Rios - Subprocurador-Geral da Repúblcia e Membro da 6ª CCR

Dia 25 de novembro de 2010

"O Papel da Períci Antropológica em Relação aos Povos Indígenas Emergentes e Comunidades Tradicionais"
João Pacheco - Antropólogo
José Maurício Arruti - Antropólogo
Luciano Mariz Maia - Procurador Regional da República 4ª Região
Déborah Duprat - Vice-Procuradora-Geral da República e Coordenadora da 6ª Câmara
Pedro Pereira dos Santos
Juiz Federal da 4ª Vara de Campo Grande,MS


Dia 26 de novembro de 2010

"Direito de Punir e Métodos Tradicionais de Aplicação da Pena"

Daniel Antonio de Moraes Sarmento - Precurador Regional da República 2ª Região
Elaine Amorin - Analista Pericial em Antropologia/PGR




Dr Antonio Marcos Guerreiro Salmeirão, Procurador Chefe, Marcio Meira, Presidente da Funai, Dr Ricardo Rao, Assessor Jurídico da Funai e membro da CEAI/OAB/MS, Dr Paulo Oliveira, Ouvidor da Funai


Marcio Meira, Presidente da Funai, Dr Paulo Thadeu Gomes da Silva, Procurador Regional da República 3ª Região, Dr Fernão Pompêo de Camargo, Juiz Federal da 1ª Vara de Três Lagoas, MS e Antônio Brand, Historiador


Drª Déborah Duprat, Vice-Procuradora-Geral da República e Coordenadora da 6ª CCR


Marcio Meira, Presidente da Funai




Fonte e Fotos: CEAI/OAB/MS, by Arlete Povh

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Em documento, índios Guarani exigem demarcação imediata

Por meio de documento endereçado aos governos de Brasil, Bolívia, Argentina e Paraguai, índios Guarani exigem a demarcação imediata de todas as terras e territórios.
No caso das terras no Brasil, eles pedem que o STF (Supremo Tribunal Federal) julgue imediatamente todos os processos de demarcação em Mato Grosso do Sul, “respeitando o artigo 231 da Constituição Federal de 1988”. O artigo reconhece aos índios a organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam.
“A terra sagrada é a vida para nossos povos”, dizem os índios, no documento. “A Nação Guarani, a partir da sua cosmovisão, sempre buscou evitar confrontações com os que se apropriaram de seu território, de forma violenta na maioria das vezes”.
A carta é resultado do III Encontro Continental do Povo Guarani, em Assunção (PY). O presidente do Paraguai, Fernando Lugo, já recebeu o documento.
Ainda na carta, os índios pedem que os governos dos quatro países reconheçam como Nação Guarani as comunidades daquela etnia e a condição de transterritoriais e transfronteiriços e que tenham os mesmos direitos de saúde, educação e trabalho nos quatro países.


Leia o documento na íntegra:

DOCUMENTO FINAL DO III ENCONTRO CONTINENTAL DO POVO GUARANI

ASSUNÇÃO, PARAGUAI, 15 a 19 de Novembro de 2010

Nós, representantes de diferentes organizações indígenas da Nação Guarani na Argentina, Bolívia, Brasil e Paraguai, nos reunimos na cidade de Assunção, Paraguai durante o III Encontro Continental do Povo Guarani dando continuidade ao I Encontro Continental realizado em São Gabriel/RS Brasil, em 2006 e do II Encontro Continental que aconteceu na cidade de Porto Alegre/RS Brasil em 2007. Hoje, sob o tema Terra-Território, Autonomia e Governabilidade, animando permanentemente nossos corações pelas palavras sábias de nossos anciões e anciãs, buscando compreender a partir das coincidências em longos debates e profundas reflexões realizadas sempre de acordo com os princípios de respeito e consensos, tradicionais em nossas culturas, queremos fazer chegar ao mais profundo do espírito das autoridades, nacionais e internacionais e a todos os cidadãos dos lugares que habitam nosso pensamento nestas palavras.

CONSIDERANDO

* Que a Nação Guarani sempre teve um espaço territorial próprio o “Yvy maraê’y” ou Terra Sem Mal que extrapola fronteiras.
* Que desde a cosmovisão da Nação Guarani, parte de nossas milenárias culturas: o fogo, o ar, a terra e a água, constituem uma unidade e são elementos vitais para a vida; a terra sagrada é a vida para nossos povos.
* Que a Nação Guarani a partir da sua cosmovisão sempre buscou evitar confrontações com os que se apropriaram de seu território, de forma violenta na maioria das vezes.
* Que desde a demarcação das fronteiras nacionais a Nação Guarani ficou fragmentada e dividida geopoliticamente em etnias, comunidades, aldeias, famílias, condição esta que enfraqueceu significativamente seu projeto espiritual, cultural e linguístico como Nação.
* As transnacionais e/ou multinacionais, com o apoio dos diferentes governos no poder não respeitam os direitos consuetudinários e coletivos da Nação Guarani, destruindo territórios, expulsando comunidades.
* Os diversos governos não atendem as demandas da Nação Guarani apesar da existência de normas nacionais e internacionais que protegem e promovem os direitos dos povos indígenas; como a Convenção 169 da OIT, a Declaração das Nações Unidas e as leis nacionais, Constituições e Leis dos Estados.
* São exemplos do afirmado acima que o Poder Judiciário brasileiro autoriza despejos de comunidades da Nação Guarani de seus territórios, contra as leis e os protegem.
* O não cumprimento, pelo governo brasileiro, do art. 231 da sua Constituição Federal, sobre a demarcação das terras; da mesma forma o governo argentino não cumpre a lei 26.160 “de Emergencia de la tierra comunitaria indígena” para a demarcação territorial.
* Na Argentina se pretende vender o Lote 08 da reserva da Biosfera Yaboti, declarada pela UNESCO em 1992, a uma Fundação com fundos europeus, quando ali vivem ancestralmente duas comunidades da Nação Guarani
* A Nação Guarani no Paraguai sofre uma perda constante de seu território ancestral fruto de uma carência de políticas efetivas orientadas em defesa do mesmo
* Existem inúmeras comunidades que vivem em condições subumanas, sem as mínimas condições de segurança física, de saúde e alimentação.
* Na Bolívia a demanda de Território pela Nação Guarani ainda não resultou em total titulação das terras que ocupam.
* Que a destruição massiva e constante dos recursos naturais, por parte das empresas transnacionais, está deteriorando os bens florestais indiscriminadamente no território Guarani na Argentina, Bolívia, Brasil e Paraguai, gerando danos irreparáveis, fezendo-os sofrer os efeitos das mudanças climáticas, das quais não são os responsáveis.
* Que a construção das Hidrelétricas Binacionais (Itaipu e Yaceretá) no território Guarani, sem consulta a nossa Nação, produziu não apenas irreparáveis danos ambientais, como também violação dos direitos territoriais, culturais e religiosos da Nação Guarani.


EXIGIMOS:

* Dos governos da Argentina, Bolívia, Brasil e Paraguai o reconhecimento como Nação Guarani e sua condição de Transterritoriais e Transfronteiriços e que por esta razão devem ter os mesmos direitos de saúde, educação e trabalho nos quatro países.
* Dos governos da Argentina, Bolívia, Brasil e Paraguai dêem reconhecimento constitucional a Declaração Universal dos Direitos dos Povos Indígenas e a Convenção 169 da OIT.
* Que deixem de entregar às empresas transnacionais, multinacionais e nacionais territórios da Nação Guarani para sua exploração e devastação, transgredindo os direitos coletivos que os protegem.
* Do governo da província de Misiones – Argentina – a não autorização da venda do Lote 08 – território Guarani – na reserva da biosfera Yaboti.
* A demarcação imediata de todas as terras e territórios Guarani. Cumprimento da lei 26.160 da Argentina e que no Brasil o Supremo Tribunal Federal julgue imediatamente todos os processos de demarcação no estado do Mato Grosso do Sul, respeitando o artigo 231 da Constituição Federal de 1988.
* A não instalação de novos mega-represas comprometendo territórios Guarani e que tanto as Binacionais Itaipu e Yaceretá reconheçam o dano causado as comunidades, restituindo seus territórios.
* Do governo Boliviano o cumprimento das exigências de maiores extensões de terra à Nação Guarani.
* Que os espaços políticos internacional impeçam a criminalização das exigências da Nação Guarani.
* Punição aos que cometeram crimes que afetaram indígenas na luta pelos seus direitos.
* Que sejam respeitados aos avanços conquistados pela Nação Guarani nos espaços políticos nacionais e internacionais.
* Que as empresas transnacionais respeitem as normas ambientais, que evitem a destruição massiva e constante dos recursos naturais por parte das mesmas.
* Que todos os países sobre os quais incide o território da Nação Guarani compreendam e tomem consciência que os direitos sobre a Terra e o Território são inalienáveis e imprescritíveis.


RESOLVEMOS:

PRIMEIRO – A terra e o território são direitos inalienáveis da Nação Guarani, são a vida de nossas cosmovisões; condição que nos permite ser livres e autônomos “IYAMBAE”.

SEGUNDO – Consolidar nossa organização em cada um dos países com presença Guarani a fim de efetivar nossas demandas como Nação Guarani.

TERCEIRO – Constituiu-se um Conselho Continental da Nação Guarani para a articulação com Argentina, Bolívia, Brasil e Paraguai em suas demandas reivindicatórias, e com ele fortalecer nosso desenvolvimento econômico, social e político.

QUARTO – Participar em todas as instancias democráticas do Argentina, Brasil e Paraguai segundo nossos usos e costumes como Nação Guarani conseguindo desta maneira fazer chegar as nossas demandas as máximas instâncias de decisão política.

QUINTO – Exortamos a todos a somarem-se a essa luta, aqueles que fazem parte do pensamento e sentimento da Nação Guarani – organizamos nacionais e internacionais, ONGs, Movimentos Sociais e outros – para apoiar com propostas e projetos orientados a partir da reivindicação dos direitos consuetudinários e etno-culturais dos Guarani.

SEXTO – Nos declaramos em permanente resistência ante as violações e subjugações ocorridas em toda a extensão de nosso território como Nação Guarani.

SETIMO – Nos unimos na defesa de nossa mãe terra ante a contaminação progressiva do ambiente provocado pelas atividades de exploração do subsolo e hidrelétricas que vulneram os direitos a culta e participação da Nação Guarani.


É o que pensamos, sentimos e dizemos sobre nossos direitos coletivos e as obrigação que tem com a Nação Guarani os países que hoje ocupam nosso território, na esperança de poder conviver na harmonia e liberdade como foi o pensamento de nossos heróis ancestrais.



22/11/2010, 14:10





Índios pedem a ministro que MS seja 1º para demarcações

Ministro dos Direitos Humanos veio a Campo Grande discutir situação dos indígenas.

Mato Grosso do Sul tem hoje centenas de indígenas vivendo de forma precária em 22 acampamentos localizados às margens das rodovias que cortam o Estado. Este dado, o pior índice do país, levou o Conselho dos Direitos da Pessoa Humana a trazer para Campo Grande sessão itinerante para debater com entidades casos de violência e dificuldades que afetam principalmente a etnia Guarani Kaiowá.
A reunião, que começou às 14h desta segunda-feira no Hotel Jandaia, vai até às 18h e tem a presença do ministro Paulo Vannucchi, da Secretaria Nacional dos Direitos Humanos.
“Esperamos ser ouvidos nesta reunião”, disse o índio terena Elvisclei Polidorio, da Aldeia Cachoeirinha. As terras onde ele vive com sua gente foram retomadas há cinco anos, mas até agora a demarcação da área não foi feita porque os fazendeiros que ocupavam a terra entraram com recurso e o processo está parado no STF (Supremo Tribunal Federal). “Somos deixados por último”, se queixou.
O drama enfrentado pelos terena é comum a outras etnias. Em geral, cada processo de demarcação leva 15 anos para ser concluído de acordo com o assessor jurídico do Cimi (Conselho Indigenista Missionário) Rogério Batalha. Na reunião, os participantes entre eles o secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, Wantuir Jacini, estão analisando um documento elaborado pelo CIMI, no qual, uma das propostas junto ao STF é dar mais celeridade ao julgamento dos processos de demarcação.
No Estado, um caso emblemático que ilustra as dificuldades dos povos indígenas ocorreu com a comunidade Laranjeira Nhanderu que foi despejada de sua terra e desde setembro de 2009 vive às margens da BR-163, na região de Rio Brilhante. Ao final da reunião, um relatório com sugestões será incorporado ao documento elaborado pelo Cimi.


22/11/2010, 16:57

Fim de conflito com índios em MS custaria R$ 1 bilhão

O ministro de Estado e chefe da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República e presidente do Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana, Paulo de Tarso Vannuchi, disse que R$ 1 bilhão seria a quantia necessária para resolver o problema da demarcação indígena em Mato Grosso do Sul. Ele defende que seja acrescentada à Constituição a definição desse fundo nacional como forma de desapropriação indenizada, principalmente ao povo Guarani Kaiowá, que tanto sofre com as questões de demarcação.
Vannuchi acredita que uma ação conjunta entre Judiciário, Executivo Estadual, Ministério Público e a União deve ser feita para promover um diagnóstico abrangente da situação dos índios. Se for preciso, a Constituição tem que ser alterada, para que as indenizações que hoje são vedadas sejam pagas.
“Esse pode ser um caminho para resolver conflito de interesses”, frisou Paulo durante o 11º Encontro Nacional da 6ªCâmara de Coordenação e Revisão do MPF, que acontece no Hotel Jandaia, em Campo Grande.
O presidente da Funai (Fundação Nacional do Índio), Marcio Meira, contrapõe as idéias de Paulo de Tarso, alegando ser impossível definir um valor de indenização sem saber qual o limite da área. “Para se fazer isso, precisaria de uma emenda à Constituição”.
Meira esclarece que seria necessário um ato com disposição transitória, de que quando o governo identificasse uma área em que o fazendeiro tivesse o título de boa fé, o governo pudesse pagar pela terra. “Isso ajudaria a solucionar o conflito em Mato Grosso do Sul e no Brasil”.
Atualmente a lei determina que o governo pague apenas a benfeitoria ao fazendeiro que tem sua terra demarcada através de estudos antropológicos. A terra nua não vale nada e isso acaba gerando uma série de desentendimentos, que, muitas vezes, terminam em violência.


Casos
No caso da Raposa-Serra do Sol, área de terra indígena situada no nordeste do estado de Roraima, o procedimento de devolução aos índios foi fácil, afinal, as pessoas que ocupavam a terra eram grileiros e não tinham documentos que comprovassem elas eram as reais proprietárias.
No caso de Mato Grosso do Sul, a situação se torna diferente e por isso envolve negociação, afinal, os proprietários possuem fundamentos fortes, além dos títulos das terras. A única solução é entrar de maneira aceitável e ouvir o proprietário, pelo menos tem que ser assim para que não ocorram casos de violência, conforme Paulo de Tarso.
“Para deixar de ter crianças indígenas morrendo, lideranças sendo mortas e o povo rejeitado, R$ 1 bilhão não é muito dinheiro. É o mesmo raciocínio do bolsa família, para o qual o governo federal destina mais de R$ 10 bilhões”, complementa o ministro.
“O Brasil tem que respeitar os direitos dos índios, para que eles não sejam exterminados e para que professores, por exemplo, deixem de desaparecer”, completou Paulo, frisando o caso dos professores indígenas Genivaldo Vera e Rolindo Vera que desapareceram em outubro do ano passado após conflitos com proprietários de fazendas em Paranhos. Genivaldo foi encontrado morto e Rolindo não foi localizado até hoje.
A respeito deste caso, em específico, o ministro reiterou sua preocupação e disse que vai apurar se já existe inquérito, se foi arquivado ou se há processo judiciário. “Se houver inquérito e não processo, o Judiciário está estimulando a criminalidade”, concluiu, destacando que o Brasil teve cinco séculos de violência e 22 anos de democracia e por isso, situações como a de Paranhos ainda acontecem, mesmo não tendo que acontecer.



22 de Novembro de 2010, 22:58

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

CEAI/OAB/MS recebe lideranças indígenas sobre a não entrega das cestas básicas

O Dr Wilson Capistrano, membro da CEAI/OAB/MS, recebeu dia 18 de novembro de 2010 diversas lideranças indígenas que pedem ajuda para receber as cestas básicas nas aldeias, que, segundo informações, a quase 60 dias não têm sido distribuídas. O advogado e índio Guató Dr Wilson Capistrano imediatamente informou a Secretária de Trabalho e Assistência Social, Drª Tânia Mara Garib, dando ciência do ocorrido. Em seguida, juntamente com a presidente de CEAI/OAB/MS, Drª Samia Roges Jordy Barbieiri esteviram na sede da Funai para expor o fato junto ao Coordenador Edson Fagundes. Uma denúncia também está sendo encaminhada ao Ministério Público Federal para que as devidas providências sejam tomadas.


Fonte e foto: CEAI/OAB/M, by Arlete Povh

Ministro defende barreiras inteligentes na fronteira

O ministro da Justiça, Luiz Carlos Barreto, participa da IX Congresso Nacional dos Defensores Públicos, que termina nesta sexta em Campo Grande, defendeu que as fronteiras brasileiras devem ser protegidas, mas que permitam a integração com outros países. Na oportunidade, o ministro garantiu que novas demarcações serão realizadas para criar reservas indígenas.
Barreto aproveitou o evento para defender que as fronteiras brasileiras necessitam de um plano estruturado de defesa.
“As defesas do Brasil devem manter o país seguro, mas permitir o trânsito dos povos vizinhos. Os presidentes querem a integração, logo, é inviável uma barreira física”, disse o ministro.
Ele acredita que a formação do Pefron (Policiamento Especializado de Fronteira) – unindo PRF (Polícia Rodoviária Federal), Polícia Federal, e as polícias Civil e Militar – vai tornar o combate ao tráfico mais eficiente.
“Além da atuação do Pefron, os governos dos países vizinhos também entendem que é preciso lutar contra tráfico, o que representa diminuição nos índices de violência”, disse Luiz Carlos. O DOF (Departamento de Operações de Fronteira) de Mato Grosso do Sul serviu de exemplo na elaboração do projeto do Pefron.
As prioridades do Ministério da Justiça, segundo Barreto, são a implantação do Pefron e o uso do avião não tripulado. O equipamento, em fase de testes, terá tarefas específicas. “O uso do avião é para localizar pistas de pouso, laboratórios e estradas clandestinas. O equipamento encontra os caminhos do tráfico com precisão”, pontuou o ministro.
Barreto afirmou que o policiamento de fronteira faz parte do plano de segurança montado para a Copa do Mundo, em 2014, e os Jogos Olímpicos, em 2016. A intenção do ministério é implantar o Pefron até o final deste ano, com atuação nos 16 mil quilômetros de fronteira brasileira.
O ministro reforçou que a lei do abate permanece válida e que, nos últimos anos, o índice de homicídios no Brasil caiu 11%. Barreto não disse se permanecerá no governo Dilma Rousseff e que a decisao cabe à presidente eleita.


Índios

Ainda na fala durante o congresso, o ministro garantiu que o governo federal realizará novas demarcações de terras em Mato Grosso do Sul para criação de reservas indígenas.
“O presidente Lula quer que os guaranis tenham suas terras garantidas e temos trabalhado nisso”, declarou Barreto.

Conto

O vice-presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Ayres Britto, também está em Campo Grande, mas não respondeu as perguntas dos jornalistas, limitando-se a comentar o trabalho da defensoria pública.
Criada a partir da Constituição de 1988, a Defensoria Pública é voltada para o atendimento dos mais necessitados. Ayres Britto usou uma história infantil para explicar o trabalho do órgão.
“A defensoria é jovem, e não tem a estrutura dos outros órgãos. Ainda não é um cisne, mas também não é um patinho feio”, comentou Britto.


19/11/2010

Procurador-geral da República faz visita oficial a MS hoje (22 de novembro de 2010)

O Procurador-Geral da República (PGR), Roberto Gurgel, visitará a Procuradoria da República no Estado de Mato Grosso do Sul (PR/MS) nesta segunda-feira (22). Ele será acompanhado do Chefe de Gabinete, Marcius Correia Lima, e do Secretário-Geral do Ministério Público Federal (MPF), Lauro Cardoso Neto.
Na vinda ao Estado, o procurador participará da abertura do XI Encontro Nacional da 6ª Câmara de Coordenação e Revisão do MPF (CCR/MPF) - que acontece entre os dias 22 e 26 de novembro. Gurgel vai presidir a reunião com o colegiado de Procuradores da República lotados na capital e no interior. Haverá ainda breve explanação para servidores e estagiários da PR/MS. O Secretário-Geral do MPF e o Chefe de Gabinete da PGR participarão de todas atividades previstas para o dia 22.
A 6ª CCR/MPF é coordenada pela Vice-Procuradora-Geral da República, Deborah Duprat, que estará em Campo Grande durante toda a semana do Encontro Nacional.

Fonte:
22/11/2010, 07:20



CICLO DE PALESTRAS DO XI ENCONTRO NACIONAL DA 6ª CÂMARA DE COORDENAÇÃO E REVISÃO:

22/11/2010 - 19h - Abertura do Encontro da 6ª Câmara, com a presença da AGU, Funai, Governador do Estado de MS, Incra, Ministro da Justiça, Procurador Geral da República, SNDH

23/11/2010 - 09h às 12h - "Impasses no Processo de Demarcação de Áreas Indígenas"

24/11/2010 - 09h às 12h - "Impactos Socioambientais de Grandes Empreendimentos nas Populações Tradicionais"

25/11/2010 - 09h às 12h - "O Papel da Perícia Antropológica em relação aos Povos Indígenas emergentes e Comunidades Tradicionais"

26/11/2010 - 09h às 12h - "Direito de Punir e Métodos Tradicionais de Aplicação de Pena"


Fonte: CEAI/OAB/MS

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Índios de Mato Grosso do Sul recebem visita da ONU‏

Com objetivo de averiguar projetos em prol da fomentação e da proteção da diversidade cultural brasileira, a relatora das Nações Unidas sobre o Direito Cultural, Farida Shaheed, visitou no dia 15 de novembro o Ponto de Cultura Teko Arandu, localizado na Escola Municipal Indígena Ñandejara-Polo, na aldeia Tei’ykuê, município de Caarapó em Mato Grosso do Sul.
Segundo informou o site Folha de MS, a relatora enfatizou que a promoção dos direitos culturais não se refere somente a tornar acessível, obras de arte e humanidades, mas, principalmente, incentivar a criação cultural de grupos culturais historicamente marginalizados, transformando-os em sujeitos autônomos dentro do processo cultural e social de um país como Brasil, que se destaca pela multiplicidade de perspectivas, fruto de inúmeras identidades.
É isso que realiza o Ponto de Cultura Teko Arandu, uma iniciativa coordenada pelo Professor da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), Neimar Machado e o técnico Kaiowá, Devanildo Rodrigues, que ao longo de três anos segue promovendo a inclusão digital, desenvolvendo a produção audiovisual e disponibilizando o uso do software livre pelos Kaiowa e Guarani da aldeia Tei’Ykuê.
Conforme o designer Terena, Gilmar Galache, que também estava presente durante o encontro, este tipo de visita gera uma maior visibilidade do Teko Arandu, abrindo portas para mais investimentos que visem atender as necessidades das sociedades indígenas, ao mesmo tempo, em que retrata a realidade dos Kaiowá e Guarani, a partir da exposição dos obstáculos e das formas de superação utilizadas pelos próprios indígenas.“ Ela garantiu que vai manter contato e que apóia as reivindicações dos Povos Indígenas”, destaca Devanildo.
Durante o encontro que também contou com a presença da Fundação Nacional do Índio (Funai) de Brasília e Dourados, o Coordenador de Comunicacião e Design do Núcleo de Estudos e Investigação dos Povos Indígenas (Neppi), José Francisco Sarmento, e o coordenador do Teko Arandu, foi apresentado o material informativo do projeto e o levantamento das problemáticas que afetam os moradores da Te’Iykuê.
No encerramento, os alunos da escola instruídos, pelo professor Kaiowa, Eliel Benites, juntamente como Rezador Emiliano Hilário, homenagearam a visitante satisfeita com os resultados do trabalho. Shaheed segue sua viagem por São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador até o dia 19 de novembro, onde irá encontrar-se com lideres comunitários, Organizações Não- Governamentais (ONGs), representantes de movimentos afrodescendentes e indígenas. O resultado será relatado ao Conselho de Direitos Humanos com recomendações ao Brasil.


Fonte e foto: Teko Arandu

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Membro da CEAI/OAB/MS vai à Funai em Brasília pedir por índios de Mato Grosso do Sul

A advogada e professora universitária Tatiana Ujacow está em Brasília em busca de apoio aos índios de Mato Grosso do Sul. Ela conversou com Raimundo José de Souza Lopes assessor da presidência da FUNAI (Fundação Nacional do Índio) no início da tarde desta quinta-feira quando encaminhou diversos pleitos.
Tatiana que é uma entusiasta da causa indígena pediu que a FUNAI resolva a questão da distribuição das cestas de alimentos que beneficiam 1800 famílias das aldeias de Dourados. Segundo ela estas famílias estão sem receber os alimentos desde o início de outubro.
A advogada que foi candidata a vice-governadora na última eleição, também pediu que a presidência da FUNAI faça uma averiguação o andamento de uma denuncia protocolada no Ministério Público Federal de Dourados de que cinqüentas casas construídas pelo Governo do Estado foram entregues inconclusas aos índios da Aldeia Bororó.
Raimundo Lopes disse para Tatiana que a FUNAI vai verificar o que está acontecendo com relação a distribuição dos alimentos e também acompanhara a denúncia sobre as casas.

Fonte e foto: http://www.midiamax.com.br/noticias/730333-tatiana+ujacow+vai+a+funai+em+brasilia+pedir+por+indios+de+mato+grosso+do+sul
18/11/2010, 16:20

CEAI/OAB/MS participa da reunião no Tribunal Regional do Trabalho, Campo Grande, MS

A CEAI/OAB/MS esteve presente na solenidade de assinatura de acordo de cooperação técnica entre o Tribunal Regional do Trabalho, a Procuradoria Regional do Trabalho e a Comissão Permanente e Fiscalização das Condições de Trabalho de Mato Grosso do Sul para a criação do CADERNO DE DIREITOS TRABALHISTAS NAS LÍNGUAS INDÍGENAS KAIOWA E TERENA. A reunião aconteceu no dia 17 de novembro de 2010, às 08h30 no gabinete da Presidência, no TRT 24º Região e contou com a presença também da Funai entre outros.






Fonte e foto: Acervo da CEAI, by Arlete Povh

Medida oficializa retirada da saúde indígena da Funasa

Foi oficializada hoje, no Diário Oficial da União, a transferência de 114 funcionários lotados no setor de Saúde Indígena da Funasa (Fundação Nacional de Saúde) em Mato Grosso do Sul para o Ministério da Saúde.
A medida oficializa a medida do Governo Federal que tirou da Funasa a responsabilidade por cuidar da saúde dos índios. Os funcionários que eram lotados no setor no Estado agora vão ocupar cargos na SESAI (Secretaria Especial de Saúde Indígena).
O atual chefe do Distrito Sanitário Especial Indígena), Nelson Carmelo Olazar, que está à frente da Saúde Indígena no Estado desde maio de 2007, foi nomeado na chefia substituta do Distrito Sanitário da SESAI em Mato Grosso do Sul.
A nova secretaria foi aprovada por unanimidade no Senado Federal no 3 de agosto e regulamentada pois dois decretos publicados no dia 19 de outubro, transferindo as ações da Saúde Indígena ao Ministério da Saúde.
O saneamento básico e ambiental, assim como a preservação de fontes de água limpa, construção de poços ou captação à distância nas comunidades sem água potável, construção de sistema de saneamento, destinação final ao lixo e controle de poluição de nascentes passam a ser atribuições da nova Secretaria.
“Hoje é um dia especial para todos os servidores da Funasa que atuam direta ou indiretamente na Saúde Indígena, pois marca a transferência oficial destas atribuições ao Ministério da Saúde, as quais fomos responsáveis por mais de uma década, desenvolvendo um trabalho considerado hoje modelo para todo o país. É um marco importante para a população indígena, que recebe merecidamente uma unidade específica que já nasce consolidada”, afirmou o superintendente a Funasa em Mato Grosso do Sul, Flavio Britto Neto.


18/11/2010, 12:07

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Temporal na região de Miranda deixa famílias de índios morando ao relento e sem comida

Famílias da aldeia indígena Passarinho, no município de Miranda, ainda são castigadas pela destruição que a chuva do dia 5 de novembro deste mês provocou.
Com fortes ventos, casas ficaram destelhadas, estradas de acesso intransitáveis, árvores caíram sobre moradias. Outro agravante é a falta de alimentos, uma vez que a plantação ficou danificada e há dois meses e os indígenas afirmam que não recebem cestas básicas.
Pelo menos cinco famílias estão ao relento porque suas casas ficaram demolidas, as outras estão com estragos parciais em suas moradias ou montaram barracos de lona com doações de um fotógrafo voluntário, que também é indígena, Marcello Silva, o Marcello Yndio.
“Nenhum órgão governamental trouxe soluções para os problemas da aldeia. Em uma das casas destruídas têm o pai, seis crianças e a mãe que possui Sindrome de Dowm. A situação é de calamidade”, diz.
Na manhã desta segunda-feira, outra forte chuva cai sobre a região e os indígenas sem casa procuram abrigo com aqueles que têm teto, já as doações recebidas (cobertores, colchões, camas) correm o risco de se perderem porque não houve tempo de serem retiradas para outro local.
Das residências destruídas, apenas uma foi construída com recursos estaduais. As demais foram erguidas com recursos dos próprios índios.
Na Aldeia Passarinho moram aproximadamenbte 1800 indígenas da Nação Terena, sendo grande o número de crianças e idosos.
“Depois da chuva do dia 5 umas assistentes sociais da prefeitura visitaram nossa comunidade, mas não voltaram mais”, diz a vice-cacique Lucinete Francisca da Silva, mais conhecida pelos indígenas como Arlete.
O cacique Sandro Quirino da Silva afirma que já procurou os órgãos governamentais que podem ajudar a Aldeia Passarinho, porém não teve respostas positivas.
“Fui até o posto da Funai, procurei a Funasa, prefeitura e até agora nada. Andei também no comércio, pedi ajuda em Ong´s porque eu não tenho bandeira política. Aquele que fizer pelo meu povo é o que será bem vindo na nossa aldeia”, diz.


Cestas

Sandro Quirino confirma que há dois meses a comunbidade não recebe as cestas básicas que são enviadas pelo Governo Federal.
O Governo Estadual fica com a resaponsabilidade de separar os produtos e embalar e também fazer o transporte até as comunidades.
“Talvez seja por causa da eleição que mandaram suspender pra ninguém usar como moeda de troca por voto, mas a eleição já passou. Já passou da hora de mandar denovo porque a fome não espera. A gente não pode esperar a nova presidente assumir o comando do País. Somos seres humanos com necessidades como todo mundo”, apela o cacique.
Sobre as perdas da lavoura, o cacique explica que há muitos anos os indígenas têm plantado pouco porque a população cresce, mas as terras continuam as mesmas.
“A gente planta bem pouco agora. Mandioca, milho, cria alguns animais. A terra a gente não tem pra plantar em maior quantidade e, infelizmente, ficamos dependendo de cestas”, diz.
O líder indígena, que foi escolhido cacique há pouco menos de um mês, também critica a falta de união das próprias comunidades.
“Aqui em Miranda somos maioria da população. Nós, povo indígena, temos que acordar e fazermos representantes políticos para trabalhar por todo mundo: índios e brancos. Do jeito que está vamos sempre ficar a mercê”.

Ajuda Marcello Yndio
O cacique faz um apelo para o comércio, entidades e autoridades políticas para que auxiliem na arrecadação de doações. Os indígenas precisam de roupas, materiais para reconstruírem suas casas e lonas para barracos provisórios e também alimentos.



Fonte e foto: http://www.midiamax.com.br/noticias/729960
15/11/2010, às 16:09

Após chamar rezadores, indígenas comemoram suspensão de liminar

Após rezas e muita apreensão os quase 100 indígenas que estão no acampamento guarani-caiuá de Y´poi, na Fazenda São Luiz, em Paranhos agora comemoram. Há pouco a reportagem foi informada de que foi suspensa a liminar que dava reintegração de posse para os proprietários.
A liminar tinha sido expedida pela Justiça Federal de Ponta Porã e dava prazo de 10 dias para que os indígenas acampados saíssem do local. O prazo que terminou na semana passada, deixou os indígenas apreensivos diante da possibilidade de um novo confronto.
Eles aguardavam até mesmo a chegada de policiais do Cigcoe (Companhia Independente de gerenciamento de crises e operações especiais. “Agora podemos respirar aliviados, ter mais um tempo”, contou uma das lideranças.
Para os índios, a nova decisão é motivo de comemoração. “A justiça está sendo feita, não queremos guerra, só paz e nossa terra”, explica o indígena. Segundo ele, os guarani ainda choram a tragédia ocorrida há um ano atrás, quando dois professores foram assassinados na região.
“Sempre relembramos esse caso, pois mataram violentamente dois professores. Um foi torturado e o corpo encontrado no rio e outro, até hoje não foi encontrado, não podemos nem prestar as últimas homenagens, mas não desistimos, procuramos até hoje”, desabafa o indígena relembrando o caso.
Para os índios, a comemoração é para mostrar que eles não desistiram de lutar. “Fomos violados, nossa etnia violentada, mas não podemos desistir de lutar e a suspensão dessa liminar mostra isso”, disse ele garantindo que pelo menos até a próxima decisão da justiça, eles conseguirão ficar mais tranqüilos.


16 de novembro de 2010, às 20h27

Índios são notificados para deixar fazenda em Paranhos

Os 91 índios da etnia Guarani-Kaiwá que ocupam a fazenda São Luiz, em Paranhos (469 quilômetros de Campo Grande), foram intimados pela Justiça a deixar o local até amanhã.
Eles não decidiram se vão deixar o local pacificamente, segundo um índio. “Amanhã vai chegar a tropa de choque e vamos nos reunir”, disse.
Ele diz que a comunidade “não tem para onde ir” porque aquela é considerada uma área de ocupação tradicional. “O pessoal não está para brigar. Está em uma área legal. A terra é nossa”, afirmou.
Em outubro do ano passado, conflitos entre proprietários de fazendas em Paranhos e indígenas que habitavam a aldeia Pirajuí resultaram no desaparecimento de dois professores indígenas: Genivaldo Vera e Rolindo Vera.
Genivaldo foi encontrado morto. Até hoje, Rolindo não foi localizado.


Fonte: http://www.campogrande.news.com.br/canais/view/?canal=8&id=314827
Terça-feira, 16 de Novembro de 2010

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

CEAI/OAB/MS participa de Acordo que beneficia indígenas do Estado

MS é o segundo Estado com maior população indígena
A Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Mato Grosso do Sul através da Comissão Especial de Assuntos Indígenas (CEAI) participa no dia 17 de novembro, às 9 horas, da assinatura do Acordo de Cooperação Técnica entre o Tribunal Regional do Trabaho da 24ª Região (TRT/MS) e Ministério Público do Trabalho. A solenidade que acontece na sede do TRT/MS tem por objetivo elaborar o “Caderno de Direitos Trabalhistas” em língua indígena.

O caderno irá conter tudo que é previsto na Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) e será entregue a todas as aldeias do Estado. Segundo a presidente da Comissão, Sâmia Roges Jordy Barbieri, é um avanço para o Mato Grosso do Sul, pois demonstra que os direitos da etnia estão sendo reconhecidos. “Essas ações demonstram não apenas o reconhecimento de identidade, mas os direitos indígenas respaldados por Lei. Nosso objetivo de inserir o índio na sociedade de forma igualitária está se concretizando.”


Fonte: Site da OAB/MS
Foto: Acervo da CEAI/OAB/MS

Fotos das palestrantes da CEAI/OAB/MS no Seminário Identidade e Fronteira, na UFMS









Drª Samia Roges Jordy Barbieri e Drª Tatiana Azambuja Ujacow Martins, CEAI/OAB/MS

Com o antropólogo Antônio Hilário

sábado, 13 de novembro de 2010

Cidadania, direito de todos

O registro dos povos indígenas é o foco do programa Cidadania, direito de todos. Inicialmente serão registrados os índios que residem perto dos centros urbanos. O programa comtempla o trabalho que vem sendo realizado pela Fundação Nacional do Índio (Funai) na busca da atualização do Regisro Administrativo Nacional do Índio (Rani).
Para a execução do programa, a Funai está levantando o número de indígenas sem o registro de nascimento nas cidades brasileiras.
O registro civil de nascimento é o primeiro passo para a obtenção dos direitos decorrentes da cidadania, mas é um documento facultativo aos indígenas. Após a efetivação do registro, o CNJ pretende, em parceria com os órgãos estaduais, federais ou de representação dos registradores, conceder aos indígenas o documento de identidade, a Carteira de Trabalho e dar orientações quanto aos direitos previdenciários. Atualmente, cerca de 190 mil índios, dos 460 mil que vivem no Brasil, estão fora das terras indígenas.
Campo Grande/MS é a primeira cidade a receber o Cidania, direito de todos.


Fonte: Site do Conselho Nacional de Justiça
http://www.cnj.jus.br/index.php?option=com_content&view=article&id=11570&Itemid=1217